Blogagem coletiva: 10 mudanças para as famílias viajarem mais pelo Brasil!
E foi dada a largada para as blogagens coletivas de 2014! Se você nos acompanha, talvez tenha visto que temos um grupo de Viagens em Família no Facebook, e que, além de trocar dicas sobre viagens com pimpolhos, também fazemos algumas blogagens coletivas. Desta vez, foi a Adriana Pasello do Blog Diário de Viagens que lançou a bola, aproveitando que mais uma família voltou de viagem queixando-se das condições para viajar em família no Brasil. Já que muitos de nós viajam dentro e fora do Brasil, porque não aproveitar e contar quais seriam as 10 mudanças que gostaríamos de ter no país para que as famílias possam viajar mais e melhor? Podemos nos basear nas nossas experiências mas também em dados efetivos: uma pesquisa realizada pela FGV mostrou que em 2011, a porcentagem das famílias brasileiras que pretendia viajar passou para mais de 34%, representando um aumento de aproximadamente 6% com relação ao ano anterior.
Aqui estão as coisas que, como mãe e viajante fissurada, eu gostaria de ver pelo Brasil para viajar melhor em família:
1. Informações direcionadas para famílias e crianças como vemos em outros sites de Turismo estrangeiros:
Um dos melhores é o Ofício de Turismo da Suíça, que divulga destinos, roteiros, hotéis acolhedores para famílias e promoções familiares EM PORTUGUÊS!
Outro muito bem feito é o do Ofício de Turismo do Canadá, também em português. Ele não tem, como o anterior, uma página específica para as famílias mas sugere vários roteiros possíveis e desperta a vontade em nós de percorrer todo o país e descobrir tudo o que este oferece!
==> O Brasil tem dimensões continentais, muitos brasileiros desconhecem o seu país! Eu gostaria de ter um site oficial que mostrasse, sugerisse tudo o que as cidades oferecem para as famílias! Tanto para os brasileiros quanto para os estrangeiros!
2. Em consequência dessas dimensões continentais (e falta de rede ferroviária), viaja-se muito de avião e ônibus no Brasil. Novamente citando a pesquisa da FGV, viajar de avião é a maneira escolhida para iniciar ou encerrar o roteiro para mais de 60% das famílias brasileiras! E essa é outra coisa necessária: companhias aéreas mais acolhedoras para famílias e não digo só crianças! Temos vantagens no Brasil que não encontramos em outros lugares como fila prioritária para pessoas com crianças de colo e entrada prioritária no avião. Mas isso deveria ir mais longe e esse respeito deveria ser lembrado também na atribuição dos lugares prioritários das primeiras filas. Hoje há companhias que vendem esses lugares ou simplesmente não respeitam as famílias. Já vi muitas mães carregando bebês (ou até pessoas bem idosas) irem lá para o fundo do avião enquanto algum executivo ou jovem apressado se esparrama na primeira fila, que, sabemos, além de ter mais espaço para as pernas, é mais confortável, está nas vistas das aeromoças se precisar de ajuda e também é um lugar ideal porque entramos e saímos rapidamente da aeronave.
Não há berços nos voos nacionais mas isso acontece até mesmo em companhias estrangeiras onde os berços ou cadeirinhas existem somente em voos internacionais. Eu não sei quais são as razões técnicas mas, pelo menos, vemos que não é uma característica exclusiva das companhias brasileiras. Já outro item de segurança, o cinto para os menores de 2 anos (que normalmente não pagam passagem e vão no colo) deve ser imprescindível e obrigatório! Enquanto no Brasil muitas vezes esses cintos que se acoplam aos cintos dos adultos não existem ou não são lembrados, em algumas companhias estrangeiras os funcionários chegam a ser taxativos, o que é melhor para prevenir um acidente em caso de despressurização da aeronave, como acontece de vez em quando.
Posso falar de menu kids, mas difícil quando mal existe um menu para os adultos! Posso falar de kit de diversão infantil e citar o exemplo da Aegean, companhia grega considerada uma das melhores em voos internos (prêmio Skytrax 2013) que, em um voo de 45 mn, deu um kit de adesivos para a minha filha se divertir. Foi simpático (independente do voo curto)!
Nesse sentido, não podemos deixar de citar o programa TAM Kids com página própria no site, crachás para as crianças, visita da cabine, algo pensado e organizado.
Já recebi até menu bebê em um voo internacional da Tam (Rio-Paris)!
Mas ao mesmo tempo, a TAM cobra berços nos voos internacionais, vende os lugares prioritários da frente e o serviço não corresponde mais à época do tapete vermelho do Comandante Rolim! Mas é a única empresa brasileira que parece estar ligada no potencial das famílias viajantes (genuinamente ou marketeiramente, tanto faz! O importante é que as famílias viajantes estejam em pauta)!
3. Os custos das passagens aéreas podem sempre melhorar. Mesmo se, no meu ponto de vista, esse não é o maior custo e ele tem baixado cada vez mais, graças à entrada de companhias aéreas estrangeiras e à concorrência grande de promoções (para essas informações, ninguém melhor do que o Melhores Destinos)! Famílias que viajam não tem como fugir de altas estações como julho ou dezembro/janeiro! Mas até nessas épocas há cada vez mais promoções. Diferente do custo da hospedagem que varia pouco!
4. Dos aviões, pulamos para os aeroportos! Meu sonho é ter áreas kids nessas reformas que estão acontecendo nos aeroportos do Brasil! Encontramos tantas áreas kids mundo afora, menos no Brasil! 🙁 Não há um parquinho, uma sala com brinquedos, nada direcionado para quem espera, quem faz escala com crianças pequenas!
Nesse aspecto, e para servir de referência e inspiração, vou citar o Aeroporto de Changi em Singapura, considerado o melhor do mundo e que tem vários playgrounds, jardins (cobertos ou abertos), piscina, cinemas como conta este post do Viaje na Viagem. Deu para sonhar?
Pareceu muito longe? Ok, já fizemos um post sobre o quanto o Aeroporto de Schiphol em Amsterdam é kids friendly
e o Charles de Gaulle em Paris tem mais de 60 banheiros com trocadores nos terminais, carrinhos para emprestar, área kids e vários playstation disponíveis tanto na partida quanto na chegada!
O sonho continua distante? Ao lado, temos o Aeroporto de Santiago que tem uma área simples, porém simpática.
E até em Atenas na Grécia, país com problemas econômicos, encontramos uma salinha com brinquedos!
Pessoalmente, acho fácil ter uma área dessas patrocinada por alguma empresa: um playground externo ou uma sala com jogos. Teria um enorme impacto junto às famílias viajantes!
Ontem mesmo saiu a notícia de estão inaugurando uma Área Vip no Aeroporto de Brasília para voos domésticos e na foto aparece claramente uma área kids, com mesinhas e brinquedos. Pena que isso não exista nas outras áreas Vips do Brasil e muito menos nas áreas externas!
5. As Áreas kids, apesar do baixo custo (principalmente se forem patrocinadas por alguma marca), podem ser consideradas um “plus” no serviço, altamente apreciável pelas famílias. Mas podemos falar de necessidades básicas como Banheiros familiares e trocadores! Vamos parabenizar o Aeroporto de Guarulhos por já ter banheiros familiares e trocadores até nos banheiros masculinos!
Mas mesmo nesses trocadores, há erros vitais como tomadas na altura das crianças que estão sendo trocadas! Na foto, a minha filha está deitada mas se ela estiver sentada e eu me distrair 1 segundo, ela pode meter a mão na tomada que não deveria existir ali ou, no mínimo, estar coberta com uma tampa (nesses casos, eu sempre penso que quem imaginou o espaço não tem filhos)!
E nos outros aeroportos do Brasil, a queixa comum é de nem haver trocadores! Ou somente nas áreas externas e não no embarque ou desembarque, o que é um erro porque, obviamente, sabemos que um bebê ou criança pequena não tem auto-controle!
6. E, finalmente, chegamos nas Pousadas e hotéis! Umas das maiores dificuldades das famílias brasileiras é encontrar estruturas onde caibam 4 ou 5 pessoas, famílias com 2 ou 3 filhos (ou mais). Nesse aspecto, o Brasil não se diferencia de destinos como Europa ou até Buenos Aires, onde a “solução”, muito contra a vontade, é reservar 2 quartos, o que aumenta consideravelmente os gasto já altos! E nem sempre isso é possível! Às vezes, as crianças são pequenas e não conseguem ficar num quarto sozinhas, nem sendo conjunto.
Nesse aspecto, eu gosto muito dos hotéis americanos com 2 camas grandes de solteiros onde cada pai dorme com uma criança! Pode não ser o ideal, mas pelo menos é uma estrutura fácil de ser encontrada! Ou, melhor ainda, há várias redes de apart hotéis com cozinha completa e 1 ou 2 quartos, ideal para as famílias: Extended Stay, Residence Inn da Marriott, Homewood Suites da rede Hilton e Staybridge Suites do grupo InterContinental.
7. Já temos vários resorts e hotéis que pensam nas crianças com atrativos como brinquedoteca, recreação, menu kids. Quando isso é bem feito e pensado, é ideal, mas a atenção para as crianças tem que ser séria e verdadeira. Não adianta colocar uns brinquedinhos quebrados ou cheios de pó num canto e um escorrega do lado de fora e qualificar isso como “kids club”! Infelizmente, já conheci alguns casos assim! Tem aqueles que se dizem “kids friendly” e nem sempre o são.
Por outro lado, é fácil agradar: colocar alguns livros infantis num canto colorido, imprimir desenhos e distribuir com lápis de cera nas refeições e ter 2 ou 3 pratos mais infantis. Com o número crescente de famílias viajantes no Brasil, carecemos de estruturas simpáticas para as crianças! Aqui no blog já levantamos alguns destinos com hotéis kids friendly como Gramado, Búzios, Praia do Forte, Porto de Galinhas…mas Rio de Janeiro, por exemplo, praticamente não tem hotéis kids friendly!
8. Tocamos então em outro ponto: o custo altíssimo da Hospedagem! Independente de ser “kids friendly” ou não, os hotéis já são super caros no Brasil em relação à mesma estrutura lá fora! Um belo resort com parquinhos, recreação e menu kids custa caríssimo, no mínimo R$600/800/noite. Em Cancun ou Orlando encontramos estruturas similares ou melhores pela metade do preço! E isso não é exclusividade dos resorts. Dificilmente uma boa pousada (sem qualquer proposta para as crianças) custa hoje em dia menos de R$400! Não temos redes especializadas nas famílias, mas também não temos estruturas baratas e confortáveis. Em contrapartida, encontramos as 2 opções lá fora!
E por isso também, sites como o Zarpo fazem ainda mais sucesso entre as famílias porque propõem resorts e hotéis de luxo com promoções.
9. Temos que falar dos Museus, que raramente tem circuitos para as crianças, folhetos, atrativos, como vemos lá fora! Podemos citar o belo exemplo do Museu de Arte Naïf do Rio de Janeiro, que tem sessões com brincadeiras para os bebês, o CCBB que sempre tem uma programação infantil ou o Museu Catavento em São Paulo. Mas os museus no geral, precisam ainda desenvolver estratégias, brincadeiras para envolver as crianças.
10. E, para terminar, o Brasil ainda tem poucos atrativos infantis, ou, quando são lançados, tem um preço nas alturas! Caso do Duck Tour Brasil que acabou de inaugurar na Urca e cujo preço é R$100/adulto! Uma família de 4 pessoas gasta nesse passeio de 1h30 R$300! Fora almoço, lanche… O mesmo passeio em Cancun custa R$80/adulto.
==> Levando isso tudo em questão, a cidade de Gramado seria para a mim um dos mais acolhedores para famílias e crianças! O belo exemplo de destino que soube capitalizar o seu potencial junto às famílias! Tem várias atrações (algumas caras, mas pelo menos há a escolha entre diversas opções), tem mais de 30 hotéis kids friendly com algum tipo de atenção e ainda criou 2 festivais por ano: o Natal Luz e a Chocofest! Foz do Iguaçu também está no bom caminho, Beto Carrero e Balneário Camboriú, e na costa, a Praia do Forte… Que estas cidades sirvam de exemplo e inspiração para as outras!
Veja o que dizem outros blogs sobre o assunto:
1. Adriana Pasello – Diário de Viagem: aqui2. Claudia Boemmels – Brasileiros mundo afora: aqui
3. Flávia Peixoto – Viajar é tudo de bom! aqui
4. Claudia Rodrigues – Felipe, o pequeno viajante: aqui
5. Andreza Trivillin – Andreza Dica e Indica Disney: aqui
6. Thyl Guerra – Viajando com Palavras: aqui
7. Eder Rezende – Quatro Cantos do Mundo: aqui
8. Ana Luiza Fragoso – Oxente Menina: aqui
9. Adelia Lundberg – Paris des Petits: aqui
10. Débora Galizia – Viajando em familia: aqui
11. Márcia Tanikawa – Os Caminhantes Ogrotur: aqui
12. Karen Schubert Reimer – As Aventuras da Ellerim Viajante: aqui
13. Thiago Cesar Busarello – Vida de Turista: aqui
14- Regeane Nicaretta- Dicas da Rege: aqui
15 – Debora Godoy Segnini – Gosto e Pronto: aqui
16- Erica Piros Kovacs – Viagem com Gêmeos: aqui
17- Francine Agnoletto – Viagens que Sonhamos: aqui
18 – Ana Cintia Cassab Heilborn – Travel Book Blog: aqui
19 – Flávia Maciel – Bebê Pelo Mundo: aqui
20 – Claudia Bins – Mosaicos do Sul: aqui
21 – Patrícia Tabalipa – Roteiro Baby Floripa: aqui
22. Andrea Almeida Barros – Do RS para o Mundo: aqui
23. Patrícia Papp – Eu viajo com meus filhos: aqui
24- Susana Spotti – Viagem Simplesmente: aqui
25- Andrea e Luciano – Malas e Panelas: aqui
26- Patricia Longo Tayão – Viajar hei: aqui
Também estamos por aqui:
Planeje sua Viagem
Publicado por » Sut-Mie Guibert
Sut-Mie Guibert, Family Travel Blogger, Blogueira especializada em Viagens com crianças e em família. Francesa, formada em Comunicação e Mídias Digitais e mãe de duas meninas de 11 e 8 anos, ama levar as crianças para conhecer o mundo! E também adora falar sobre o assunto com outras famílias viajantes, sempre muito bem-vindas por aqui!
Muito bom, adorei as ideais voltadas para crianças. Amei os espaços infantis nos aeroportos… como isso faz falta!
Post Super completo Sut-Mie. E aquela tomada? Uma coisa tão simples. E muitas sugestões de mudança não são tão complicadas. Adorei o post porque traz as sugestões bem práticas e totalmente viáveis!!!
Sut- Mie,
Parabéns pelo enfoque positivo!!!
E concordo com você em relação a Gramado, também citei lá no Viagens que Sonhamos. Eles souberam fazer o “negócio”dar certo, em qualquer estação. Claro que sempre tem a melhorar, como no caso dos restaurantes, mas acho nosso melhor exemplo.
Bjs,
Fran @ViagensqueSonhamos
Muuuito bom, Sut!!
Beijos
Ale
oi Sut-Mie, adorei teu post, muito bem argumentado!!! Com tantas dificuldades de estrutura e atenção ao turista e turismo no Brasil acabamos sempre viajando com nossa filha ou para Gramado ou fora do Brasil, uma pena…espero podermos viajar mais por aqui.
abraços
Rege
Muito bom Sut!! Adorei o seu post. Muito pontual e cheio de ótimas comparações do que “poderiamos e deveriamos” ter também!!! Um beijo Debora
Cheguei Sut! rs Estou indo pela ordem de postagem e tentando ler todos no findi. Gostei bastante dos exemplos dos exemplos práticos que você forneceu no texto, inclusive do Brasil. Muito boa também a sua lembrança do portal de turismo da Suiça que eu usei muito no ano passado para montar a minha viagem e do fato de termos Gramado como inspiração por aqui. E, apesar de tudo, nós ainda #queremosviajarpeloBrasil! bj
Minha maios “briga” é com relação as acomodações no Brasil. Somos em quatro. Muito difícil de encontrar uma que consiz com melhor custoxbenefício.
Realmente Sut-Mie o Brasil tem poucas atrações voltadas para o público infantil, tirando algumas cidades que você citou como Gramado, Foz do Iguaçu e Balneário Camboriú, além de Fortaleza, pouca coisa realmente interessante sobra para nossos filhotes, que acabam aproveitando mesmo as praias, que servem a adultos e crianças.
Aproveitando o gancho, tem dicas de hotéis em Miami com crianças de 8 anos? Parabéns pelo blog !
Olá Carime,
Dá uma olhada neste post, tem várias opções por região, com estacionamento gratuito, cozinha ou não, etc… tem que ver o que fica melhor para vcs: 30 Hotéis em Miami com crianças
Um abraço